segunda-feira, 20 de junho de 2011

Paixão do Boi no píer da Casa das Onze Janelas

Quem compareceu ao píer da Casa das Onze Janelas, no Complexo Feliz Lusitânia, na ensolarada tarde junina de domingo pode acompanhar, a partir das 18 horas, uma apresentação folclórica até certo ponto diferente das tradicionais. O Grupo de Teatro Universitário, dirigido pela professora, atriz e diretora teatral Wlad Lima, encenou o espetáculo “O Boi do Romeu no Curral da Julieta”, uma engraçada farsa na qual Shakespeare se depara com seu Romeu e Julieta no meio de um folguedo de boi. A rivalidade entre os Montequio e os Capuleto acabou com a moderação de um boi bumbá. A presença de teatro de bonecos, máscaras, música e coreografia, utilizando-se do que há de mais popular (a cultura da periferia) reunindo elementos fortes da cultura paraense como o tecnobrega e o calypso, fez a alegria do público presente, que vibrou com o colorido e o ritmo da anarquia junina.


Por volta das 19h30, o reduzido público que permaneceu no píer voltou a aumentar de número com a chegada do Boi Caprichoso, originário da ilha de Mosqueiro, comandado por mestre Alarino, que do alto de seus 81 anos bem vividos, esbanjou vitalidade, garra e determinação ao motivar os brincantes do grupo junino a envolverem os presentes. O Boi Caprichoso existe desde 1957, sempre se mantendo presente nos vários eventos da cultura popular, tanto em vários pontos da ilha, assim como na capital paraense. Como definiu a técnica da Secult Yeyé Porto, lotada na diretoria de Artes Cênicas, “o Boi Caprichoso chegou com muita garra, vibração, entusiasmo, comandado por mestre Alarino, que com 81 anos de idade demonstra um imenso amor às manifestações folclóricas paraenses”.
Um fato diferente chamou a atenção de alguns espectadores acomodados em volta da arena do Píer da Casa das Onze Janelas. Cinco jovens foliões (pois estavam caracterizados mais para bloco carnavalesco do que para boi junino) se “enturmaram” com o grupo e dançaram a valer. Depois, ficou patente que pelo menos um deles era “tripa” (pessoa que conduz o boi em evoluções coreográficas) do Boi Caprichoso, ao substituir seu companheiro de folguedo. Ao encerrar a sua apresentação, o Boi Caprichoso deixou na lembrança dos presentes bonita toada, da qual se sobressaiu uma estrofe: “Adeus meu amor, adeus/ Adeus que eu vou embora/ Quem parte leva saudade/ Quem fica o coração chora”..... A apresentação durou pouco mais de meia hora. (Agência de Notícias Gerais)  

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