quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Fotógrafo amazônico João Ramid abre exposição "À Margem do Olhar" no complexo Feliz Lusitânia

Obra de João Ramid exposta na Galeria Fidanza
"Caminho das`´Aguas"














Um dos fotógrafos mais premiados da Amazônia se revela de maneira diferente em nova exposição. João Ramid explora as belezas naturais e humanas da região na mostra "À Margem do Olhar". Ramid deixa de lado o comprometimento documental e fotografa suas paixões, reflexões e sentimentos. O rigor do fotógrafo documental e publicitário dá lugar a uma outra margem do olhar, onde a emoção faz morada. Livre, ele alça vôos, sem o obrigatório compromisso de tema ou de unidade visual. São reflexões e sentimentos embaralhados; ora instantâneos daquele momento único que o olhar treinado sabe identificar (é o caso do lírico e, ao mesmo tempo, trágico registro das índias que nos induzem a pensar num tempo prestes a se acabar); ora são rastros, mais ou menos sutis, da ação antrópica sobre a natureza (como, por exemplo, a tenda escaravelho que parece se deslocar, ameaçadoramente, sobre o areal). Em outros momentos, a natureza responde, simbolicamente, às violações e dá o seu grito de alerta (os pássaros hitchcockianos, tendo o farol de Salinas como testemunho, ou as águas aterradoras sobre as pousadas de Ajuruteua). Há, intercaladas às fotos espontâneas, outras imagens cenograficamente produzidas com a intenção de estabelecer a sinergia entre o homem e o ambiente, sinalizando como possível a convivência sem devastar (conceito poeticamente expresso na mulher borboleta, construída com pele, areia, músculos e água, ou mesmo com a menina do manguezal). João Ramid explora as paisagens naturais de Salinas e de Ajuruteua em fotos espontâneas ou incrivelmente produzidas. O rio, a índia, os animais, a vegetação, todos os elementos que compõem a paisagem da região estão presentes, devidamente registradas com o olhar pessoal do fotógrafo. E as fotos produzidas estão lá para representar, simbolicamente, a interação entre o homem e a natureza e uma possível convivência pacífica entre os dois. As fotos representam uma fase intimista e conceitual de João Ramid, que centra o foco em paisagens e situações que não podem ser fotografas no cotidiano, já que o corrido dia-a-dia do fotógrafo raramente permite divagações e fuga da realidade. "À Margem do Olhar" tem abertura nesta quinta-feira, 19, às 20h, no Complexo Feliz Lusitânia, na Galeria Findaza, e segue até o dia 27 de fevereiro. A mostra conta com 20 fotos impressas em alta definição e ambientadas em uma ambiente em penumbra que busca valorizar as cenas em exposição. João Ramid é presidente da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet/Pará)
(Texto Ascom Secult/Agência de Notícias Gerais)

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