sexta-feira, 25 de abril de 2008

Márcio Souza conversa com jovens e escritores

Na última quinta-feira, 24, o escritor Marcio Souza participou do Encontro Literário do 1º Salão do Livro da Região do Baixo Amazonas, que acontece em Santarém, como uma ação integrante da XII Feira Pan-Amazônica do Livro. Com programação variada, que se estenderá até 27 deste mês, o evento traz, ainda, outros autores de renome nacional como Içami Tiba e Walcir Monteiro, escritor paraense que, este ano, comemora 35 anos de lançamento da obra "Visagens e Assombrações". A programação é realizada no Anfiteatro Joaquim Toscano, na Praça São Sebastião. O escritor Ariano Suassuna não pôde viajar para participar do evento pro recomendações médicas. O I Salão da Feira do Livro é uma realização do Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), em parceria com a Prefeitura de Santarém. Além dos encontros com escritores, o salão traz oficinas, palestras sobre autores famosos, como Machado de Assis e Guimarães Rosa, mostra de cinema, sessão de autógrafos, apresentações artísticas e uma programação voltada somente ao público infantil. Márcio Souza nasceu em Manaus, em 1946. É jornalista, roteirista de cinema, dramaturgo e diretor de teatro e ópera. Dedica-se, também, a projetos de comunicação e cultura e já exerceu diversos cargos públicos nestas áreas. "Mad Maria" e "Galvez, O Imperador do Acre", são apenas dois dos grandes romances autorais do escritor amazonense que ficaram mais conhecidas, apos terem sido adaptadas para minisséries de televisão. A literatura do escritor trata, sobretudo, da realidade histórica, política e cultural da região amazônica. O encontro, que aconteceu às 19h30, teve grande participação do público, entre jovens, adolescentes e escritores profissionais, somando mais de mil pessoas. De acordo com Márcio, a história da Amazônia parece interessar a muitos, mas é conhecida por poucos. Márcio afirma que não existe uma literatura amazônica e fez questão de explicar porquê. "O que existe é uma literatura brasileira. Todos somos escritores americanos de língua portuguesa e fazemos parte do Brasil", assegura. "Existe uma literatura escrita na Amazônia integrante do processo de formação da literatura nacional. A literatura escrita no Brasil foi uma das grandes vias de autoconhecimento do povo brasileiro. Ela faz parte da formação do espírito nacional", completa. Ele revelou, ainda, ser apaixonado pela pesquisa da história de nossa região e lamentou a pequena massa crítica e ausência de posicionamento político de alguns governantes antes da tomada de ações. Apesar do tom firme das discussões políticas, Márcio sempre quebra a seriedade, seja com piadas ou ironias, demonstrando senso de humor apurado. Sobre os escritores do Baixo Amazonas, bem como aqueles que se encontram afastados das capitais, ele revelou admiração. "Considero esses artistas verdadeiros heróis. Eles estão distantes dos grandes centros literários e continuam produzindo mesmo sem o apoio da indústria editorial", retificou. Mário também demonstrou profundo respeito pela região, revelando ter parte de suas origens fincadas em solo paraense. "Meu pai era de Alenquer, cidade próxima a Santarém e quando eu era garoto vinha muito aqui com ele", relembrou. O autor anunciou, também, futuras obras e divulgou aquelas que já estão no cenário artístico. A peça "Mil e Uma Noites", uma versão teatral da grande obra-prima da literatura árabe, traz à cena 70 personagens que serão interpretados pelos atores do elenco do Teatro Experimental do SESC do Amazonas. A peça deve ser encenada em Belém este ano, no mês de julho. Ele mencionou, ainda, sobre um espetáculo voltado ao público infantil que ora escreve, mas que já possui uma identidade. É o "Encontro dos Malandros", uma peça onde o autor usa animais típicos de alguns continentes para contar a história do teatro. A raposa representará a Europa, o coiote a América do Norte e o Jabuti fará alusão à América do Sul. A peça estreará até setembro deste ano. (Texto: acom Secult/Agência de Notícias Gerais)

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