sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Aumenta a expectativa quanto aos novos rumos do Turismo no Pará

O festejado artista Elóy Iglesias continua sua cruzada
para manter viva a chama do carnaval de rua em Belém
Grande expectativa reina em torno dos rumos do Turismo no Estado do Pará. Em período momesco, quando em festas carnavalescas personagens tradicionais como pierrôs e colombinas vivem momentos de ilusório amor, saltitando em meio a fantasias e máscaras, não é tão fácil identificar, no cenário turístico local, qual o papel mais apropriado para muitos dos atores que fazem parte dessa contínua luta para, de uma vez por todas, impulsionar e tornar rentável o grande potencial que possui esse continental Estado. Porém, como reis e rainhas, essas sem a altivez de sua majestade da coroa inglesa, que vivem durante o carnaval enredos de estórias que muito bem serviriam para emoldurar divertidas batalhas de confete, nas quais não faltariam piratas com olho de vidro e perna de pau; mascarados fobós, assim como anões e principalmente arlequins, nem mesmo no segmento turístico de eventos tal tarefa é algo que possa ser executada sem dificuldade por observadores do setor. Os desfiles de foliões fantasiados de forma irreverente pela cidade, que outrora proporcionaram às manifestações carnavalescas paraenses a destacada posição de terceiro carnaval de rua do país, hoje continuam a se debater com crônicas dificuldades, que deixam até mesmo os mais entusiastas aficionados dessa vertente cultural tomados de certo desânimo. Alguns saudosistas e fãs ardorosos dos blocos carnavalescos tentam manter viva a chama dessa espontânea explosão de alegria e descontração, prestigiando o “Jambú do Caveira”  e o “Fofó de Belém”, do Eloy Iglesias, que lutam para ter garantido o direito de desfilar pelas ruas da Cidade Velha. Contudo, apesar dos esforços envidados este ano para a tradição continuar, no mais antigo bairro de Belém (Cidade Velha) os desfiles desses blocos carnavalescos foram impedidos e apenas o advogado e promoter André Lobato, popularmente conhecido como Kaveira, reuniu uns poucos corajosos foliões e fez um desfile protesto. Em entrevista a Marcel Franco, no blog (www.fofódebelém.blogspot.com) da charanga do Eloy Iglésias, o próprio Eloy explicou que “Olha, Fofó, na verdade, é um estado de espírito, tá. Fofó é uma manifestação que existe nos interiores, principalmente em Cametá. Então, na verdade, foi uma época em que todo mundo fazia axé não sei de quê, axé, então a gente precisa ter uma forma de criar uma resistência dessa cultura da indústria fonográfica. Então, a gente (eu e o Paulo Afonso de Melo, que é um artista gráfico maravilhoso) começou a conversar a respeito dos fofós, que são os fofós das Virgens, o Fofó do Bicho Folharal, o Fofó do Saddam Hussein, o Fofó dos Carusos. Então, na verdade, são os fofós. Nós somos mais um Fofó. Disse, vamos ver se a gente faz mais um fofó e faremos o Fofó de Belém, que tem ... um trocadilho, aí, com Fafá de Belém, com “fó-fode” Belém, entendeste?  Na verdade, então, brincar bem com a coisa da palavra, né, que é uma coisa assim... E nós começamos. Saía de um bar que eu tinha na Generalíssimo, tão é que o primeiro Fofó que é o Fofó de Celular, foi quando a coisa do celular aconteceu no mundo inteiro e a gente fez o Fofó de Celular. (...) Como o centro histórico, que é uma forma da gente se ver, né, ser o espelho da nossa cultura, então eu pensei: poxa, vamos levar pra lá, porque não tem nada, não acontece nada, eu acho que é uma forma de você questionar a coisa da cultura, da arquitetura, que é onde tá a nossa maior referência de cultura, tá na arquitetura. Então a gente indo pra lá, eu acho que a gente vai ter esse jogo de espelho, entendeu, com as pessoas, com a arquitetura, com os monumentos, tanto é que sempre os ícones da nossa marca tem algum prédio, alguma referência à cultura, principalmente essa coisa do centro histórico, né!?”(...). Como fica bem claro, apesar de todos os empecilhos e obstáculos antepostos diante dos que creem que será possível virar a mesa, mudar a situação, ainda assim, forças, embora tênues, continuam fazendo o trabalho do beija-flor diante do incêndio da floresta. Tomara que o resultado seja o esperado, ou seja: positivo pelo menos quanto à unidade de pensamento nhoque diz respeito a cada um fazer a sua parte. Mas, para que isso aconteça se faz necessário que amarras sejam desfeitas e que o Pará não seja uma réplica do Reino Unido. 
Rancho comemora aniversário de fundação com saudosismo - Com mais de sete décadas, o Rancho Não Posso Me Amofiná foi criado no sábado gordo da Páscoa de 1934. Segundo historiadores, o fato aconteceu debaixo de três mangueiras do bairro do Jurunas onde o grupo de sambistas, capitaneado por Raimundo Manito, deu a primeira canja da recém-surgida escola. Seria o debut de uma das mais antigas agremiações da cidade. Sua história se confunde com a trajetória do carnaval por aqui. “O Rancho, como outras agremiações, tinha instrumentos como o surdo, o pandeiro, a cuíca, usados nos bois bumbás da época. Mas a escola trouxe uma novidade: foi a primeira a tocar tamborim na bateria. Além disso, ninguém cantava música própria. Manito escreveu o primeiro samba cantado por uma agremiação no Estado do Pará”, conta, orgulhoso, o filho do fundador do Rancho, João Manito. Nesses muitos anos de folia, o que não faltam são capítulos curiosos. Surgido do bloco de rua “Quem Fala de Nós Tem Paixão”, composto por homens vestidos de mulher, o Rancho pretendia manter a tradição do clube do bolinha. Mulher na escola, nem pensar. Isso porque Manito vinha de família extremamente católica, e via nas moças sambando um alerta vermelho de perigo. “As mulheres eram discriminadas. Manito entendia que elas constituíam um elemento desagregador. A disciplina, a ordem e a liderança dos diretores seriam provavelmente abaladas com suas presenças”, explica o herdeiro do carnavalesco. Traços do comportamento de uma época passada. Como imaginar, hoje, carnaval sem o rebolado e a beleza das passistas? “Felizmente, não demorou para entrarmos na avenida trazendo toda a graça das mulheres do Rancho”, comemora Zé Roberto Teixeira, atual presidente da agremiação. Se por um lado havia esse viés um tanto retrógrado da escola, por outro, ela também provocou polêmica pela ousadia. “Nos anos 50 e 60, o Rancho foi discriminado porque reunia mulatos, pobres e trabalhadores. As pessoas de outros bairros do centro de Belém chamavam de “escola de mulatos pacholas” e “negrada do Jurunas”, lembra Raimundo. O Rancho Não Posso me Amofiná é a quarta escola de samba mais antiga em atividade no país. A tradição do Rancho só fica atrás das cariocas Mangueira, Portela e Império da Tijuca.
Tempo de criança de volta à avenida - Em homenagem à própria história, o Rancho trouxe este ano para avenida uma reedição do carnaval de 1979. Volta à cena o samba-enredo “Tempo de Criança”, que marcou o momento áureo da agremiação. Foi com ele que o Rancho ganhou o primeiro de quatro títulos consecutivos. “Fomos tetracampeões. Uma época de ouro que achamos merecedora de homenagem, e, no mais, quem sabe não nos dá uma boa sorte de novo?”, diz Zé Roberto Teixeira, que procurou tornar samba o lúdico universo infantil. O desfile constou de 14 alas, com 1700 brincantes. A bateria, também regida por Zé Roberto, é composta por 150 ritmistas. Como a escola não desfilou ano passado, por conta de divergências com a gestão da Fumbel, responsável pela organização do concurso das escolas, a agremiação tratou de fazer do limão uma limonada. “Boa parte das fantasias foi feita ainda em 2010, para o carnaval de 2011. Agora, vamos dar a volta por cima”.
 parabolic@mazônica                                                 
 No armazém 3, da Estação das Docas, o tradicional “Baile dos Artistas”, que reúne, anualmente, diversas personalidades em uma grande confraternização da classe artística, reeditou o sucesso das edições anteriores. O evento acontece a 28 anos, sempre marcado por homenagens e premiações dos artistas eleitos destaques no ano anterior. A escolha dos homenageados se dá por meio de uma curadoria formada por profissionais da área, como a bailarina Clara Pinto; os jornalistas Ismaelino Pinto e Bernardino Santos; o músico Alcyr Guimarães e outros. Nesta edição, a cantora lírica Patrícia Oliveira foi coroada “Rainha dos Artistas”. O músico e empresário Luciano Bastos foi escolhido como “Príncipe Consorte” do Baile. @@@ Na pista asfáltica da Avenida Pedro Miranda, no Sambódromo ”David Miguel”, quem acompanha o carnaval de rua desde a década de 70 achou, por alguns instantes, já ter visto algumas das cenas no desfile das escolas de samba deste ano. O bairro do Umarizal, representado pelo “Império de Samba Quem São Eles”, com 66 anos de existência - a escola foi criada em 28 de janeiro de 1946, no bairro da Campina e na década de 60 se mudou para o Umarizal - falou de Eneida de Moraes, enquanto o representante do Jurunas, “Rancho Não Posso Me Amofiná”, reeditou “Tempos de Criança”. @@@ Vou conversar com a presidente da OS “Pará 2000”, empresária Lúcia Penedo, pois quero saber quais as providências tomadas para dinamizar o aparelho “Estação das Docas” como instrumento de atração turística na capital paraense. Não desconheço o peso da responsabilidade em administrar e dinamizar tão importante ponto turístico localizado na área portuária de Belém. Porém, é grande a busca por informações a respeito de como essa questão será tratada. @@@ A partir de março estarei de volta com informações sobre o Fórum Estadual de Turismo, o Fomentur, assim como a respeito da questão do transporte fluvial para o Marajó. @@@ Até a próxima edição.

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