terça-feira, 6 de maio de 2008

Visita inusitada ao Restaurante Popular Paulo Frota

Impelido pela natural curiosidade e em vista da brusca interrupção das atividades do restaurante do Sesc, resolvi conhecer o recém-inaugurado e badalado Restaurante Desembargador Paulo Frota, localizado na Rua Aristides Lobo, entre as travessas Primeiro de Março e Padre Prudêncio, e mantido pela Prefeitura Municipal de Belém. A necessidade de aguardar numa fila de bom tamanho na calçada do lado do restaurante, o calor das 13 horas, a demora para chegar ao interior do recinto e a falta de energia elétrica (um fato imprevisto) não foram tão surpreendentes quanto à informação dada pelos gerentes do estabelecimento quando me encontrava, após cronometrados 45 minutos, junto com jovens trabalhadores do CREA/Pará (Evaldo, Késia e Douglas), no alto da escada próxima ao guichê de venda de refeições, água e suco.
Uma senhora, que estava logo atrás de mim, não teve e a mesma sorte, pois com a falta de energia elétrica o sistema parou e não pode mais ser vendida nenhuma refeição. O que se seguiu após (como era previsível) foram inúmeras reclamações por parte das quase cinqüenta pessoas que, depois de passarem mais de uma hora na calçada e sob sol forte, tiveram o desalento de saber que não seriam atendidas. Não consegui aferir o total de pessoas atendidas até aquele momento, pois nos tíquetes a mim vendidos e aos jovens do CREA/Pará a numeração variava entre 399 A e 401 A. Bem, mas creio que isso seja irrelevante.
A impressão inicial do ambiente, que segundo cálculos de Evaldo abriga 75 mesas e totaliza 300 lugares, não foi negativa. Ao contrário, trata-se de um local agradável, bem aparelhado e que, embora não possa ser classificado como de primeira linha, atende aos anseios de quem precisa comer bem, de forma confortável e por um preço acessível. O cardápio, com apenas uma opção diária, varia de segunda a sexta com peixe, carne e frango, no valor individual de dois reais. O suco natural e a água mineral custam, respectivamente, um real. Como havia acabado o peixe, tivemos a preferência para sermos atendidos primeiro (eu, os jovens do CREA/Pará e quem mais preferiu degustar carne moída, o popular picadinho). O sabor da comida é bom, embora (segundo outra vez explicações do educado Evaldo) vem com pouco sal para não prejudicar quem sofre de pressão alta ou pessoas de idade avançada. Contudo, na mesa está sempre um saleiro. Não há bandejas, mas os pratos são de relativo tamanho e permitem aos mais gulosos uma boa refeição. Pode ser percebida a higiene no local e certa organização entre os funcionários. Inclusive, por ocasião do imprevisto da falta de energia pode ser percebida a preocupação por parte de funcionários para que fosse evitado tumulto e descontrole, inclusive na hora da distribuição da comida. A sobremesa, que não pode ser comparada a de restaurantes estrelados, deu para atender aos presentes.
HISTÓRIAS DA FILA – Atento às conversas próximas, pude ficar sabendo de alguns detalhes do dia a dia na Universidade, do dia negativo de um jovem que perdeu o ônibus, apanhou outros dois errados e acabou por chegar bem fora de hora a seu compromisso, da revolta de alguns usuários quanto à presença de elevado número de guardas municipais que eram atendidos prioritariamente e da contínua entrada de pessoas da chamada melhor idade no restaurante sem precisar ficar na fila. Para completar o quadro, o contato com o folclórico e teimoso candidato a cargos eletivos, Baldez, que por seu estilo bateu levou, seus princípios de honestidade e franqueza, assim como por costumar entrar nas campanhas políticas quase sem nenhum dinheiro, até agora não conseguiu se eleger serviu para descontrair, principalmente por seus irreverentes comentários sobre parlamentares e eleitores. Com a comida no prato e saciando a fome na agradável companhia de Eduardo, Késia e Douglas, não pude deixar de refletir que meu “debut” no Restaurante Popular Desembargador Paulo Frota, de saudosa memória e que na condição de magistrado sempre lutou em defesa dos menos favorecidos, foi positiva, movimentada e prazerosa. Quem sabe volte lá muitas outras vezes!
(Nilton Guedes/Agência de Notícias Gerais)

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